Setembro é o mês dedicado à prevenção do suicídio e à valorização da vida. Em São Gabriel da Palha, a psicóloga Suyanne Barros (CRP 16/3392), que atua há 13 anos na área, alerta para a importância da conscientização sobre saúde mental e destaca como a campanha Setembro Amarelo tem contribuído para abrir espaços de acolhimento e diálogo.

Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e em Gerenciamento do Estresse pela ISMA-BR, Suyanne atende adultos em formato presencial, na Clínica Comper, e também online. Segundo ela, a campanha é essencial para dar visibilidade ao tema e reduzir estigmas:

“A Campanha Setembro Amarelo abre espaço para o diálogo, reduz o preconceito em torno do tema e incentiva as pessoas a buscarem ajuda. Em São Gabriel da Palha e região, tenho percebido que há mais informações circulando, maior engajamento das instituições, além de uma busca crescente da população por terapia. A conscientização é fundamental, pois cada espaço de acolhimento criado pode salvar vidas”.

Apesar dos avanços, a psicóloga explica que ainda há barreiras culturais e pessoais que dificultam a procura por apoio profissional:

“Muitas pessoas reconhecem a importância do tema, mas carregam crenças enraizadas como: ‘preciso dar conta sozinho’, ‘esse problema é só meu’ ou ‘procurar ajuda é sinal de fraqueza’. Além disso, ainda existe estigma social, medo de julgamento e falta de informação sobre como funciona o processo terapêutico, onde e como buscar ajuda. Esses fatores fazem com que muitas pessoas demorem a buscar apoio, mesmo quando já percebem que estão sofrendo. Assim como procuramos um médico quando temos uma dor física, buscar ajuda psicológica é um passo essencial para tratar uma dor que muitas vezes é ‘invisível’, fortalecer a mente e desenvolver novas estratégias para lidar melhor com os desafios da vida. Há diferentes caminhos para enfrentar o sofrimento e encontrar alívio.”.

A psicóloga alerta ainda para os sinais que indicam sofrimento emocional, que podem variar entre mudanças de humor, tristeza persistente, isolamento social, ansiedade intensa, sensação de desesperança, alterações no sono e no apetite, dores físicas sem causa médica clara, pensamentos negativos frequentes e comportamentos de risco, como abuso de álcool e drogas. Esses sinais, explica ela, podem se manifestar de formas diferentes em jovens, adultos e idosos, mas todos exigem atenção e acolhimento.

A psicóloga alerta que os sinais que indicam sofrimento emocional podem variar, mas alguns pontos merecem atenção:

–Mudanças de humor e comportamento: irritabilidade, tristeza persistente, isolamento social, desinteresse por atividades que antes davam prazer, choro frequente.

–Sinais emocionais internos: Ansiedade intensa, sensação constante de medo, sentimento de desesperança ou inutilidade, sensação de sobrecarga, incapacidade de lidar com situações do dia a dia. Quando se expressa falas como: “minha vida não faz mais sentido”, “não vale a pena viver”.

–Sinais físicos como: fadiga constante, dores de cabeça, dores musculares ou gastrointestinais sem causa médica clara. Alteração no sono e alterações no apetite e peso.

–Dificuldades Cognitivas: Falta de concentração, esquecimentos frequentes, pensamentos negativos persistentes ou autocríticos.

–Comportamentos de risco: Uso excessivo de álcool, drogas ou medicamentos. Negligência com cuidados pessoais ou saúde, comportamentos impulsivos ou perigosos.

“Os sinais de sofrimento emocional podem variar com a idade, por exemplo, jovens costumam apresentar mudanças de comportamento, isolamento ou impulsividade. Adultos podem mostrar ansiedade, estresse e dificuldades nos relacionamentos ou no trabalho. Idosos frequentemente apresentam tristeza persistente, isolamento e queixas físicas sem causa aparente. Em todas as idades, mudanças de comportamento e sinais de desesperança indicam a necessidade de apoio”, afirma Suyanne.

Quando procurar ajuda?

De acordo com Suyanne, é fundamental buscar acompanhamento psicológico quando o sofrimento emocional começa a afetar a rotina, os relacionamentos e a qualidade de vida. “Seja por tristeza, ansiedade, dificuldade de lidar com o estresse, mudanças, perdas ou conflitos. Buscar ajuda permite encontrar formas mais saudáveis de enfrentar os desafios da vida. ”, afirma.

O papel de cada um na prevenção

Na visão da especialista, todos podem contribuir com a prevenção do suicídio: “Ouvindo sem julgar, oferecendo apoio, conversando abertamente sobre sentimentos, compartilhando informações confiáveis e incentivando a busca por ajuda profissional. Pequenos gestos de acolhimento podem fazer uma grande diferença”, orienta.

Neste Setembro Amarelo, a mensagem da psicóloga à população é clara: “Os sinais emocionais só se tornam perceptíveis quando permitimos ter nossa total atenção a nós mesmos e às pessoas ao nosso redor. Caso contrário, permanecem silenciosos. É importante dar espaço para expressar a dor e o sofrimento por meio da fala e tratamento adequado. Lembre-se: você não está sozinho(a). Peça ajuda! Centro de Valorização da Vida (CVV) disque: 188”.

Fonte: Editora Hoje