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Produção florestal bate recorde de R$ 44,3 bilhões em 2024, impulsionada pela celulose

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A produção florestal brasileira alcançou em 2024 o maior valor da série histórica, somando R$ 44,3 bilhões, um avanço de 16,7% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O crescimento foi puxado pela silvicultura (cultivo de florestas plantadas), que respondeu por 84,1% do total (R$ 37,2 bilhões), enquanto a extração vegetal atingiu R$ 7 bilhões.

O grande motor do setor foi a madeira em tora destinada à fabricação de papel e celulose, cujo valor de produção saltou 28%, chegando a R$ 14,9 bilhões. A valorização externa da celulose também contribuiu: em 2024, o Brasil exportou US$ 10,6 bilhões do produto, alta de 33,2% frente a 2023, consolidando-se como o maior exportador mundial.

Minas Gerais manteve a liderança nacional, com R$ 8,5 bilhões em valor de produção da silvicultura, equivalente a quase um quarto do total do País, seguido pelo Paraná, que registrou R$ 6,3 bilhões. O Mato Grosso do Sul, por sua vez, ampliou em 6,8% sua área de florestas plantadas, consolidando-se como o segundo estado com maior cobertura. Municípios como Três Lagoas, que subiu para a 2ª posição no ranking municipal com R$ 579,2 milhões, ilustram a força do setor na região.

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Entre os municípios, General Carneiro (PR) manteve a liderança em valor da produção da silvicultura, alcançando R$ 637,2 milhões, seguido de perto por Três Lagoas (MS). O desempenho confirma a tendência de interiorização do setor, impulsionada pelo avanço do eucalipto e pela instalação de grandes fábricas em áreas estratégicas.

Na extração vegetal, embora o peso econômico seja menor, o crescimento foi de 13% em 2024. O destaque continua sendo o açaí, cujo valor de produção atingiu R$ 1 bilhão, com forte contribuição do Pará, responsável por mais de dois terços da colheita nacional.

Ao todo, o País encerrou o ano com 9,9 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo 77,6% de eucalipto. Com recordes sucessivos de produção e exportação, a cadeia florestal se consolida como um dos pilares da economia brasileira, combinando geração de divisas, empregos e atração de novos investimentos.

Fonte: Pensar Agro

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Atrasos portuários travam exportações de café e expõem gargalos logísticos do Brasil

Os embarques de café brasileiro enfrentaram, em agosto, um dos maiores gargalos logísticos dos últimos anos, com prejuízos estimados em R$ 5,9 milhões e mais de 600 mil sacas retidas nos portos. O problema, apontado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), reflete o esgotamento da capacidade operacional e a falta de investimentos em modernização portuária.

Além dos custos diretos com armazenagem e detenção de contêineres, o país deixou de arrecadar cerca de R$ 1,2 bilhão em receita cambial, considerando o valor médio por saca exportada. O quadro acende um alerta para a competitividade do café brasileiro, que lidera o mercado global, mas enfrenta crescentes desafios logísticos para escoar a produção.

Segundo especialistas, o Porto de Santos, responsável por mais de 80% dos embarques nacionais, opera próximo ao limite. Em agosto, dois terços dos navios que deveriam sair do terminal sofreram atrasos ou mudanças de escala, com casos de espera que chegaram a 47 dias. No Porto do Rio de Janeiro, o segundo mais relevante para o café, quase 40% das embarcações também foram afetadas.

O Cecafé defende uma estratégia conjunta de governo e setor privado para destravar os gargalos. O debate sobre o novo marco regulatório dos portos, em tramitação na Câmara, é visto como decisivo para ampliar investimentos, acelerar concessões e evitar a judicialização de licitações como a do Tecon Santos 10, considerada essencial para ampliar a capacidade de contêineres.

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O impacto não se restringe à exportação de café: os gargalos logísticos já comprometem o desempenho de outras cadeias agroexportadoras, especialmente as que dependem de transporte conteinerizado, como frutas, algodão e carnes processadas. Com a demanda global em alta e a safra recorde em curso, o setor teme que a ineficiência portuária se transforme em um dos principais entraves à expansão do agronegócio brasileiro nos próximos anos.

Isan Rezende

Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA) e da Federação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso (Feagro-MT), Isan Rezende, esses atrasos são a síntese do gargalo logístico que o Brasil enfrenta. “Os produtores que investem em grãos de qualidade perdem parte do valor agregado quando não conseguem entregar dentro do calendário comercial. E isso reduz o retorno sobre os investimentos feitos em fertilizantes, irrigação e preparo de solo”.

“Vivemos um país em que a estrutura logística está ficando para trás em relação à produção agrícola. Estima-se que o Brasil tenha uma defasagem de capacidade de armazenagem que supera 20 % da safra, o que obriga o agricultor a escoar rapidamente seus grãos sob risco de perda. Essa limitação, quando combinada com estradas em más condições e falta de integração entre modais, encarece o custo final do produto e reduz a competitividade internacional”, comentou Rezende.

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“Quando você compara o custo de transporte rodoviário aqui com o dos Estados Unidos encontramos um peso brutal que chega a 30%. Essas distorções logísticas se acumulam e acabam drenando eficiência ao longo de toda a cadeia do campo”, exemplificou Isan Rezende.

“É imprescindível uma reengenharia logística nacional: mais ferrovias, hidrovias, terminais de integração e centros logísticos estratégicos. É preciso que modais conversem entre si, que portos não sejam gargalos permanentes, e que o governo e investidores privados enxerguem que logística não é custo extra, mas alicerce para manter o agro brasileiro crescendo”, completou o presidente do IA.

Fonte: Pensar Agro

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