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Síndrome de Down não muda comportamentos ligados ao aprendizado

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camera_enhance Crianças com síndrome de Down têm comportamentos que envolvem cognição similares aos das outras crianças; o que muda é a frequência com que executam tais ações. (Crédito: Cantinho da Prof. Ivani Gularte/ Reprodução)

Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP sugere que, apesar de precisar de mais apoio de colegas e professores, crianças com síndrome de Down podem realizar as mesmas atividades escolares que as demais. Os resultados evidenciam que elas são tão capazes quanto os outros alunos de realizar ações que envolvem os aspectos cognitivos, como pensamento, linguagem, percepção, memória e raciocínio.
De forma geral, as conclusões do estudo apontam que crianças com Down têm comportamentos similares às outras crianças. O que muda é a frequência desses comportamentos, ou seja, a quantidade de vezes que cada um dos grupos executa determinada ação. Nas crianças com Down essa frequência é menor. O ato de observar, por exemplo, que envolve atenção e está diretamente ligado à aprendizagem, é muito presente em todas as crianças, embora seja mais realizado por aquelas com desenvolvimento típico, isto é, que apresentam desenvolvimento dos aspectos biológicos, emocionais e sociais de acordo com o esperado para a idade.
Além desse, outros comportamentos que tiveram muitas semelhanças entre os dois grupos foram os de imitar, brincar de faz de conta (brincadeiras que envolvem a imaginação, o fantasiar ou simular outra realidade) e receber auxílio verbal de outras crianças. No entanto, esse aspecto merece atenção, segundo a terapeuta ocupacional responsável pela pesquisa, Patrícia Páfaro Gomes Anhão, uma vez que as atividades de faz de conta e imitação foram pouco realizadas pelos dois grupos de crianças. “Isso pode indicar a baixa realização deste tipo de brincadeira no ambiente de educação infantil, podendo sugerir que o brincar de faz de conta vem sendo pouco estimulado”, alerta Patrícia. Para ela, a ausência do brincar de faz de conta pode levar a problemas de aprendizagem, restrições na participação social e na interação com pares.

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Necessidade de apoio

Na análise dos resultados da pesquisa também foi possível identificar que os alunos com Down precisam de maior apoio dos colegas e, principalmente, dos professores. Segundo a pesquisadora, isso acontece por conta da dificuldade psicomotora dessas crianças, que é a habilidade de controlar os movimentos corporais regidos pela mente. Outro motivo para essa dependência, de acordo com a pesquisadora, é a falta de adequação das escolas, que deveriam fornecer auxílios necessários e adaptações pertinentes a essa população, facilitando, assim, a realização de todas as tarefas solicitadas no ambiente escolar.
A pesquisa foi feita com 14 crianças, sendo sete com síndrome de Down e sete com desenvolvimento típico, com idade entre 4 e 6 anos, que estão inseridas no ensino público da cidade de Ribeirão Preto. No ambiente escolar, cada criança foi filmada por 180 minutos desempenhando atividades em sala de aula, refeitório, parque e sala de brinquedos. As imagens foram analisadas para identificar a frequência dos comportamentos realizados em cada um dos ambientes.

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Escola inclusiva

Para a pesquisadora, é necessário encontrar estratégias para melhor recepcionar os estudantes com síndrome de Down, e a interação com outras áreas do conhecimento é um bom começo. “Percebo que os atendimentos clínicos voltados a essas crianças quase nunca trabalham junto com a prestação de atendimentos educacionais. Desta maneira, o cuidado à criança com Down fica desarticulado. Talvez um programa mais eficiente de consultoria dos profissionais da saúde, não só terapeutas ocupacionais, como também fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais e até mesmo professores da educação especial, seja importante para que a escola se torne cada vez mais inclusiva.”
Patrícia afirma, ainda, que os resultados deste estudo, embora feito com alunos com síndrome de Down, podem se aplicar a todas as crianças que estejam apresentando problemas de aprendizagem. “Muitas vezes essas crianças não são ouvidas apenas por não serem diagnosticadas com alguma deficiência. Mas elas sofrem as mesmas angústias de não terem atendidas suas necessidades dentro do ambiente escolar”, completa.
A tese Análise do desempenho de crianças com síndrome de Down no ambiente escolar foi defendida na EERP em junho deste ano e orientada pela professora Luzia Iara Pfeifer.

USP

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Escola de Baixo Guandu promove reflexões sobre direitos humanos e relações étnico-raciais

Estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Dr. Jones dos Santos Neves, localizada em Baixo Guandu, participaram de uma série de atividades educativas voltadas à valorização das relações étnico-raciais e à promoção dos direitos humanos. A ação, coordenada pela professora de Língua Inglesa Sueni Rodrigues dos Santos Andreatta, incluiu rodas de conversa, apresentações e debates mediados em sala de aula, além de uma palestra com a jurista Regina Paiva.

O projeto teve como foco central a reflexão crítica sobre temáticas, como racismo, igualdade de gênero, violência contra a mulher, intolerância religiosa, bullying e outras formas de violação dos direitos humanos. A palestra da jurista reforçou a importância do cumprimento da legislação vigente, com destaque para a Lei Maria da Penha, e contribuiu para ampliar o entendimento dos estudantes sobre os direitos e deveres no contexto social.

Durante as atividades, os alunos foram incentivados a explorar conteúdos do Guia Orientador para a Educação em Relações Étnico-raciais do Estado do Espírito Santo, além de desenvolver pesquisas comparativas com outras práticas educacionais. A metodologia promoveu o engajamento dos estudantes e reforçou a valorização da diversidade, contribuindo para a construção de um ambiente mais acolhedor e respeitoso.

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“O trabalho abordou um tema muito importante na sociedade atual. Direitos humanos devem sempre ser discutidos nas escolas. Todos os estudantes da minha turma se empenharam e se esforçaram, o que mostra que estamos realmente aprendendo”, afirmou Maria Júlia Lopes Ferreira Paixão, aluna do 9º ano.

Já para a estudante Rhaylla Camilly Guimarães da Silva, a atividade foi marcante por permitir uma melhor compreensão da legislação e da cidadania. “O trabalho foi muito interessante, pois abordou várias leis que compõem os direitos humanos, como a Lei Maria da Penha, e o combate ao bullying. Aprendemos como as leis podem nos proteger e como devem ser cumpridas”, destacou.

De acordo com a professora Sueni Andreatta, o projeto foi fundamental para despertar nos alunos a consciência crítica e o papel de cada um como agente de transformação. “Os temas discutidos destacaram o preconceito, a violência contra a mulher, a importância do combate ao racismo e o papel de cada estudante como agente de mudança. Os alunos puderam interagir, pesquisar e discutir com segurança e autonomia”, avaliou a docente.

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A iniciativa contribuiu ainda para o fortalecimento das relações interpessoais e para o desenvolvimento de competências socioemocionais, como empatia, cooperação e escuta ativa, demonstrando como a escola pode ser um espaço de transformação social e construção da cidadania.

Fonte: Sedu

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