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Por que a puberdade começa cada vez mais cedo

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Louise Greenspan, pediatra e professora da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, se lembra da primeira vez que atendeu uma menina de 7 anos com as mamas começando a se desenvolver.

“Seus pais estavam muito preocupados e queriam entender o que estava acontecendo com a menina, que ainda brincava com bonecas”, escreveu a médica em um artigo para o portal US News.

“Quando expliquei a eles que 15% das meninas começam a puberdade nessa idade, eles não podiam acreditar.”

No passado, o desenvolvimento da puberdade, com sinais como o crescimento da mama ou dos pelos pubianos, era considerado anormal antes dos 8 anos de idade.

Mas, nos Estados Unidos, 15% das meninas estão iniciando o desenvolvimento das mamas aos 7 anos e, aos 8 anos, mais de 25% começam a passar por esse processo.

E isso não acontece apenas nos Estados Unidos: segundo o médico e especialista em puberdade Frank Biro, do Centro de Medicina Adolescente do Hospital Infantil de Cincinnati, estamos diante de um fenômeno global.

Mudanças começaram a ser percebidas no início do século 20

“Não há uma razão simples para explicar por que a puberdade tem ocorrido em uma idade mais precoce”, explicou Biro em entrevista à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

O médico estima que a puberdade tenha sido adiantada pelo menos um ou dois anos desde o início do século 20, especialmente entre as meninas.

“No início do século passado, a alimentação começou a melhorar e a saúde pública também. É nesse ponto que o começo da puberdade ficou mais precoce”, explica o médico.

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“Mas em meados do século 20, e especialmente nas últimas duas décadas, começamos a ver algo muito diferente”.

Frank Biro e colegas conduziram uma pesquisa há alguns anos sobre a puberdade precoce em meninas.

Estudos anteriores já haviam vinculado o Índice de Massa Corporal (IMC) a um início mais precoce da puberdade. Para Biro, sua pesquisa ratificou isto: o IMC talvez seja o fator mais importante na explicação deste fenômeno.

Isso ocorre porque as células de gordura participam da produção do estrogênio, um dos hormônios sexuais femininos. Assim, quanto mais tecido adiposo uma menina tiver, maior a probabilidade de que comece a puberdade mais cedo.

Os pesquisadores também apontam que a exposição a elementos químicos no ambiente pode estar alterando a idade em que a puberdade começa.

 

Os fenóis, os ftalatos e os fitoestrógenos são substâncias químicas conhecidas como desreguladores endócrinos, já que interferem no sistema hormonal do organismo.

Eles são encontrados em diversos produtos manufaturados, como esmaltes, perfumes e xampus.

“O que descobrimos é que a exposição a esses produtos químicos está associada ao desenvolvimento mais precoce das mamas”, explica Biro.

Novos riscos que também se apresentam

Uma puberdade mais precoce antecipa certos riscos.

Para começar, as crianças com maior Índice de Massa Corporal são mais propensas a ter obesidade e diabetes tipo 2.

Biro aponta também que a menstruação precoce está associada a um risco aumentado de câncer de mama.

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“Também temos que levar em conta os fatores sociais”, alerta o médico. “Sabemos que meninos e meninas que iniciam a puberdade mais cedo têm maior probabilidade de se engajar em comportamentos de risco, como fumar, beber ou usar drogas”.

Segundo um estudo realizado em janeiro nos Estados Unidos, a puberdade precoce em meninas também está relacionada a uma maior probabilidade de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.

Para Biro, isto também é tributário de uma questão social.

“Como aparentam ser mais velhos, eles são tratados como se assim fossem”, explica o especialista. “Se uma menina de 12 anos parece ter 15 anos, é muito provável que a tratem como se tivesse 15 anos, o que pode causar muitos problemas.”

E quais são os alertas para os meninos que iniciam a puberdade mais cedo?

“Os meninos passam por pressões diferentes das meninas”, explica o médico. “Os garotos que crescem antes tendem a ser vistos como líderes. Apesar de haver também a possibilidade que acabem adotando comportamentos mais arriscados, um início precoce da puberdade pode ser uma coisa positiva para alguns deles”.

A boa notícia é que é improvável que a idade em que a puberdade começa continue a diminuir.

“Há de existir um mínimo biológico”, diz Biro. “E no que diz respeito às garotas, não acho que (a idade) possa continuar caindo muito mais.”

 

R7

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Brasil regula abate e processamento de animais para mercado religioso

A diversidade religiosa no Brasil é refletida diretamente na alimentação e no consumo da população, que, somadas à expansão das exportações de produtos de origem animal para países asiáticos, criaram um mercado específico e cheio de potencial: o do abate religioso de animais para açougue.

Em países como Egito, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, grande parte da população é muçulmana, religião que traz, na sua essência, regras do que é permitido na forma de se relacionar com outros seres vivos.

Em árabe, a palavra halal, que significa lícito, define aquilo que é permitido, inclusive na hora de se alimentar. Para o consumo de animais, por exemplo, há espécies consideradas impuras, como o porco, e outras que precisam passar por um procedimento de purificação desde o abate até o corte, para que possam ser consumidas, como o frango e bovinos.

Nos países judaicos, como Israel, também há regras sobre o que é considerado apropriado, ou kosher, e há procedimentos específicos para cada etapa de beneficiamento dos produtos de origem animal.

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Preceitos religiosos

Para atender esses mercados dentro e fora do Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) definiu regras para solicitação, avaliação, concessão e revogação da autorização para abate e processamento de animais para açougue, de acordo com preceitos religiosos.

Para receber a autorização de funcionamento, esses estabelecimentos terão que fazer uma solicitação ao serviço de inspeção federal, por meio do sistema eletrônico do Mapa, com declaração da autoridade religiosa correspondente e especificação de regras que conflitem com normas brasileiras.

Para a autorização, é necessário que os procedimentos estejam de acordo com as leis que tratam do bem-estar dos animais de abate e também o atendimento dos requisitos sanitários no Brasil e do país de destino dos produtos.

Os procedimentos foram detalhados em uma portaria publicada no Diário Oficial da União, que entrará em vigor a partir do dia 2 de maio.

Fonte: EBC SAÚDE

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