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Plantas exóticas e comestíveis ganham fãs no ES

Para muitos, algumas coisas lembram casa de vó. Certas espécies de hortaliças, que fazem parte do grupo das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), durante muito tempo foram usadas apenas como substitutas de algum alimento. Essa realidade mudou e elas estão conquistando um lugar de destaque, estrelando pratos gourmetizados e brilhando entre os adeptos da culinária vegetariana e vegana, por exemplo.
Laís Entringer Rosa Borré, 27 anos, é uma dos fãs de PANCs. Há dois anos, a advogada se tornou vegetariana. De lá para cá, conheceu diferentes tipos de plantas e as inseriu em sua dieta.
“Uma das minhas favoritas é o peixinho. É uma folha comprida, que dá para empanar e fritar. Ela fica com gosto de lambari. Às vezes, consigo encontrar para comprar na feira orgânica. Normalmente peço aos produtores e eles trazem para mim”, comentou.
Lourival Uhlig, 48 anos, é um desses produtores. Ele cultiva em Santa Leopoldina algumas PANCs como ora-pro-nobis, peixinho e serralha, que são vendidas em uma feira da Capital. “Sempre trago para a feira e tenho meus clientes certos, que já são acostumados a comprar essas folhagens. A serralha está plantada junto com as outras hortaliças, já a ora-pro-nobis tem um espaço só dela”, contou.
Segundo o agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Hortaliças, Nuno Rodrigo Madeira, o país tem mais de mil espécies de PANCs, entre hortaliças, raízes e frutas, mas poucas delas são exploradas comercialmente.
“Com a mudança no padrão cultural de consumo, algumas dessas hortaliças, que não tinham uma cadeia produtiva estabelecida como a do alface, acabaram sendo prejudicadas. Muitas só sobreviveram por causa da memória cultural que elas carregam”, explicou.
Mesmo que algumas PANCs ainda estejam presentes na tradição de um local, como a taioba e o inhame estão no Estado, ainda há outras, como bredo, trevo e ora-pro-nobis, que são vistas como segunda, terceira ou até mesmo última opção de consumo por muita gente.
De acordo com Madeira, a memória afetiva das pessoas ainda está associada ao consumo dessas plantas apenas por necessidade, devido à falta de alimento. Essa realidade precisa e vem sendo mudada, diz ele, pois hoje está se atribuindo às PANCs o mesmo protagonismo de outros vegetais que fazem parte do dia a dia das pessoas.
Mercado
A produtora Selene Hammer Tesch, 54 anos, produz cerca de vinte tipos diferentes de PANCs. Segundo ela, o público que consome acaba sendo bem específico, “só quem conhece as plantas mesmo”, brincou.
O que Selene cultiva em Santa Maria do Jetibá, Região Serrana, é vendido em uma feira orgânica de Vitória. Dependendo do tipo da planta, é comercializado por R$ 2 ou R$ 3 o maço.
Conheça algumas “PANCS”
Trevo ou azedinha
A hortaliça tem um sabor azedinho e pode ser consumida crua. Ela é rica em ácido oxálico, o mesmo do espinafre. Já os bulbos e batatinhas são melhores cozidos.
Ora-pro-nobis
As folhas são a parte da planta que pode ser comida, seja seca e moída, ou crua, na salada. Uma receita conhecida é a galinha caipira com ora-pro-nobis.
Dente de leão
A plantinha selvagem tem sete vezes mais fitonutrientes do que o espinafre. Suas folhas e flores podem ser consumidas refogadas, cozidas ou em saladas.
Bredo ou caruru
As folhas, ricas em ferro, e sementes (amaranto) podem ser consumidas refogadas, no pesto, no preparo de bolinhos verdes ou sucos verdes, por exemplo.
Mostarda
Menos conhecida que o molho, a mostarda é rica em proteínas, vitaminas, cálcio e ferro. É consumida crua, como salada, ou refogada. Tem sabor forte e um pouco picante.
Vinagreira
Tem um sabor extremamente ácido. As folhas podem ser utilizadas no arroz, como no arroz de cuxá, típico do Maranhão. As sementes podem virar farinha.
Gazeta Online

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Após o feriadão, Banco Central reduz projeção da inflação, mas juros altos ainda travam o agro

Depois do feriadão da Páscoa e de Tiradentes, o produtor rural foi surpreendido, na manhã desta terça-feira (22.04) por uma notícia econômica: o Banco Central revisou para baixo a previsão da inflação oficial deste ano, que passou de 5,65% para 5,57%. Mesmo assim, o índice continua acima do teto da meta definida pelo governo, o que mantém o alerta ligado — principalmente para quem depende de crédito para produzir.
A expectativa do próprio Banco Central é que a inflação só volte ao centro da meta nos próximos anos. Enquanto isso, a principal ferramenta de controle continua sendo a taxa básica de juros (Selic), hoje em 14,25% ao ano e com tendência de subir para 15% até dezembro.
Com o juro nesse nível, o crédito rural fica mais difícil de acessar. Bancos travam o financiamento, os custos sobem, e muitos produtores acabam adiando investimentos, diminuindo o plantio ou cortando gastos com tecnologia e estrutura.
Se antes era possível financiar uma safra com certa tranquilidade, agora o produtor pensa duas vezes. E quem mais sofre é o pequeno e médio agricultor, que não tem capital de giro para bancar tudo no próprio bolso.
Essa situação limita o crescimento da produção, atrasa modernizações e impede que o agro avance como poderia, mesmo com preços internacionais favoráveis para muitas commodities.
A cotação do dólar, prevista para sem manter na casa de R$ 5,90 até o fim do ano, pode ser boa notícia para exportadores de grãos, carnes e outros produtos do agro. Com a moeda americana mais cara, o Brasil vende melhor no mercado internacional.
Por outro lado, o custo dos insumos importados também sobe: fertilizantes, defensivos, sementes e até peças de maquinário agrícola ficam mais caros. O produtor acaba tendo que gastar mais para produzir, o que diminui a margem de lucro, principalmente para quem vende no mercado interno.
Embora o índice geral da inflação tenha diminuído, os alimentos continuam subindo e pesando no orçamento do consumidor. Em março, por exemplo, a inflação foi puxada principalmente pela alta no preço dos alimentos.

Imagem: assessoria
Para Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA), a redução na previsão da inflação é positiva do ponto de vista macroeconômico, mas seus efeitos práticos no campo ainda são limitados.
“O produtor rural continua enfrentando juros muito altos, o que dificulta o acesso ao crédito. Mesmo com a inflação recuando, a taxa Selic segue subindo, e isso freia o investimento, principalmente dos pequenos e médios agricultores que dependem de financiamento para tocar a produção”, afirma.
Rezende destaca que o custo de produção segue elevado, pressionado por fatores como energia, combustíveis e insumos importados. “A inflação mais baixa não significa alívio imediato para quem está no dia a dia do campo. A valorização do dólar até ajuda nas exportações, mas encarece tudo que a gente precisa importar. E quem vende para o mercado interno ainda sofre com a retração do consumo, o que aperta ainda mais a margem de lucro”, explica.
Ele também alerta que a instabilidade nas decisões econômicas gera insegurança para o setor. “O produtor precisa de previsibilidade. Sem confiança no cenário, muitos acabam adiando investimentos, reduzindo o plantio ou evitando contratações. Uma economia que cresce pouco e mantém juros altos prejudica diretamente o agronegócio, que é justamente o motor da economia brasileira. Precisamos de uma política mais equilibrada para que o campo continue gerando emprego, renda e alimentos para o país”, completa Rezende.
Para o produtor, isso nem sempre significa lucro. Muitas vezes o valor recebido na lavoura não acompanha o que é cobrado no supermercado, porque há perdas na cadeia, custos altos com transporte e logística, e margens apertadas para o produtor primário.
A projeção de crescimento da economia brasileira foi ajustada para 2% em 2025. Não é ruim, mas também não empolga. O Banco Central reconhece que a economia está aquecida em alguns setores, mas vê sinais de desaceleração.
Para o agro, isso significa um mercado interno menos animado, com o consumo patinando e mais dificuldade para escoar a produção. Sem contar os riscos no cenário internacional, como conflitos, clima extremo e oscilação nos preços das commodities.
Com a inflação um pouco mais controlada, mas os juros ainda nas alturas, o agro brasileiro vive um momento de atenção redobrada. O cenário mistura oportunidades e desafios: o dólar favorece exportações, mas o crédito caro atrapalha investimentos; a inflação cai no papel, mas os custos seguem altos no campo.
O produtor precisa estar atento aos movimentos da economia, planejar bem o uso dos recursos e, sempre que possível, buscar alternativas para reduzir a dependência de financiamentos caros. A cautela, mais do que nunca, virou insumo essencial na propriedade rural.
Fonte: Pensar Agro
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