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Base curricular do ensino médio deixa de dividir os conteúdos por séries

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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio, que foi apresentada nessa terça-feira, 3, pelo Ministério da Educação (MEC), não divide os conhecimentos que devem ser adquiridos pelos estudantes em cada série. As habilidades são descritas de forma geral para toda a etapa, sem qualquer progressão que considere a idade do aluno. Além disso, as únicas duas disciplinas detalhadas no documento – e consideradas obrigatórias em todos os anos – são Língua Portuguesa e Matemática, como adiantou o Estado. 
O documento foi entregue nessa terça-feira ao Conselho Nacional de Educação (CNE), que vai agora organizar discussões e audiências públicas antes de colocá-lo em votação. A previsão é de que isso aconteça até dezembro. Mas, em ano eleitoral e com a saída prevista do atual ministro Mendonça Filho (DEM), o processo pode demorar mais. 
A BNCC é um documento inédito no País, que descreve os objetivos de aprendizagem de toda a educação básica. As partes relativas ao ensino infantil e ao fundamental foram aprovadas pelo CNE em dezembro, oito meses depois de serem apresentadas. Nelas, há divisão clara entre as séries do fundamental e os objetivos para bebês, crianças bem pequenas e pequenas na educação infantil. Também são descritas habilidades para todas as disciplinas. 
O texto sobre o ensino médio foi separado do restante por causa da reforma aprovada para esta etapa, que prevê mais flexibilização do currículo (mais informações nesta página). As disciplinas de Física, Química, Biologia, História e Geografia são abordadas de forma interdisciplinar e agrupadas em áreas de conhecimento. O documento, por exemplo, fala em “avaliar explicações sobre o surgimento da Terra” ou “analisar os princípios da Declaração de Direitos Humanos” sem especificar em qual disciplina os assuntos devem ser abordados. 
“Eles defendem a interdisciplinaridade, mas para que ela ocorra é preciso espaço para que cada uma das disciplinas seja trabalhada. Com a falta de definições, o aluno vai sair do ensino médio sem uma perspectiva histórica, filosófica, sociológica ou geográfica”, afirma Silvio Carneiro, professor de Filosofia da Universidade Federal do ABC (UFABC). 
“A Química, a Física e a Biologia desaparecem do ensino médio”, diz o conselheiro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Eduardo Mortimer. Para ele, o documento não considera a formação docente. “Nós não formamos professores para que eles deem aula dessas três disciplinas e o risco é de empobrecermos a formação do aluno.” 

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Acompanhamento

A professora do Instituto Vera Cruz Maria José Nobrega critica a falta de divisão por séries, algo diferente do que ocorre na parte do ensino fundamental. Para ela, isso prejudica o acompanhamento da evolução da aprendizagem do estudante. “Sem um padrão de organização entre as etapas, você não tem uma definição clara de progressão para a educação básica. Acho perigoso não descrever que nível de desempenho você espera do aluno ao fim do ensino médio.” A educadora também destacou que as habilidades esperadas para essa etapa são similares às propostas para os alunos ao fim do 8.º e do 9.º anos do ensino fundamental. “O que temos agora é quase uma redundância. Esse vai ser um desafio para as redes, porque esse documento não ajuda a estabelecer o que deve ser ensinado no médio.” 
Já para a consultora em educação Ilona Becskeházy, a intenção do documento é de que as habilidades esperadas em Linguagens apenas aprofundem o que o aluno aprendeu no ensino fundamental, seguindo o que prevê a reforma do ensino médio. “Se tivermos uma boa implementação nessa primeira etapa, o aluno vai chegar ao ensino médio para aprimorar e aprofundar os conhecimentos. Isso permite a flexibilização dessa etapa”, explica. 

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O Globo

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Escola de Baixo Guandu promove reflexões sobre direitos humanos e relações étnico-raciais

Estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Dr. Jones dos Santos Neves, localizada em Baixo Guandu, participaram de uma série de atividades educativas voltadas à valorização das relações étnico-raciais e à promoção dos direitos humanos. A ação, coordenada pela professora de Língua Inglesa Sueni Rodrigues dos Santos Andreatta, incluiu rodas de conversa, apresentações e debates mediados em sala de aula, além de uma palestra com a jurista Regina Paiva.

O projeto teve como foco central a reflexão crítica sobre temáticas, como racismo, igualdade de gênero, violência contra a mulher, intolerância religiosa, bullying e outras formas de violação dos direitos humanos. A palestra da jurista reforçou a importância do cumprimento da legislação vigente, com destaque para a Lei Maria da Penha, e contribuiu para ampliar o entendimento dos estudantes sobre os direitos e deveres no contexto social.

Durante as atividades, os alunos foram incentivados a explorar conteúdos do Guia Orientador para a Educação em Relações Étnico-raciais do Estado do Espírito Santo, além de desenvolver pesquisas comparativas com outras práticas educacionais. A metodologia promoveu o engajamento dos estudantes e reforçou a valorização da diversidade, contribuindo para a construção de um ambiente mais acolhedor e respeitoso.

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“O trabalho abordou um tema muito importante na sociedade atual. Direitos humanos devem sempre ser discutidos nas escolas. Todos os estudantes da minha turma se empenharam e se esforçaram, o que mostra que estamos realmente aprendendo”, afirmou Maria Júlia Lopes Ferreira Paixão, aluna do 9º ano.

Já para a estudante Rhaylla Camilly Guimarães da Silva, a atividade foi marcante por permitir uma melhor compreensão da legislação e da cidadania. “O trabalho foi muito interessante, pois abordou várias leis que compõem os direitos humanos, como a Lei Maria da Penha, e o combate ao bullying. Aprendemos como as leis podem nos proteger e como devem ser cumpridas”, destacou.

De acordo com a professora Sueni Andreatta, o projeto foi fundamental para despertar nos alunos a consciência crítica e o papel de cada um como agente de transformação. “Os temas discutidos destacaram o preconceito, a violência contra a mulher, a importância do combate ao racismo e o papel de cada estudante como agente de mudança. Os alunos puderam interagir, pesquisar e discutir com segurança e autonomia”, avaliou a docente.

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A iniciativa contribuiu ainda para o fortalecimento das relações interpessoais e para o desenvolvimento de competências socioemocionais, como empatia, cooperação e escuta ativa, demonstrando como a escola pode ser um espaço de transformação social e construção da cidadania.

Fonte: Sedu

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